sexta-feira, 25 de março de 2011

O Autor (Por A.S Pessanha)



Hugo Kochenborger da Rosa, nasceu no dia 21 de novembro de 1973, em Porto Alegre (RS), no Hospital Moinhos de Vento. Com apenas três anos de idade, recebe em mãos seus primeiros discos, antigos álbuns dos anos 50 pertencentes ao seu pai, Anecy Guterres da Rosa, além de Lps com os sucessos da época (anos 70), presenteados por sua mãe, Silvia Maria Kochenborger. Esse sincretismo musical, influencia profundamente a formação cultural do garoto, que com o passar do tempo, torna-se um compulsivo colecionador de discos.
Em 1981, sua mãe e seu pai separam-se, cabendo sua guarda à mamãe Silvia, que parte para o interior do estado (Carazinho-RS), onde reside a maior parte de seus familiares. Em Carazinho, o menino já com sete anos, descobre entre folguedos infantis, o que viria a ser sua futura profissão: Adorava brincar de locutor de rádio! Segundo o próprio Hugo recorda:

“Era normal ficar insistindo com meus amiguinhos para brincarmos de rádio e receber como resposta um Ahh, outra vez!!??!! Por fim acabava isolando-me. Com o auxílio de um radio-gravador e alguns cassetes passava horas montando programas radiofônicos”.

Na época, seu gosto musical sofre influências da madrinha e tia Salete Terezinha Kochenborger, amante da boa MPB. Ainda neste ano, sua mãe reencontra um antigo namorado de infância, o fotógrafo Jorge Luís Schmitt Câmara.
No dia 22 de agosto de 1982, nasce no Hospital Comunitário de Carazinho, sua irmã Daiane Kochenborger Câmara; e no dia 10 de dezembro de 1984, nasce sua segunda irmã Stela Kochenborger Câmara, às quais Hugo ama muito.
No dia 24 de outubro de 1984, o futuro Bacharel em Comunicação Social sofre uma grande perda. Seu estimado pai Anecy, falece em Porto Alegre, aos cinqüenta e três anos.
Enquanto isso, Hugo continua dedicando-se a sua coleção fonográfica:

“O primeiro disco que comprei sozinho, sem a presença de mamãe, foi o Jovem Guarda vol II, adquirido na loja Dica Discos, em 1982. Na época contava com nove anos incompletos”...
...”A partir de 1984, virei cliente assíduo de uma antiga e tradicional casa de discos da cidade, de propriedade de Harry Sudbrack, que encerrou - (se não me falha o poder da reminiscência) - sua loja no início dos anos 90. O bom homem faleceu em 2001”.

Hugo também adorava ouvir rádio:

“Desde pequeno, era fascinado pelas ondas hertzianas. Com pouco mais ou menos quatro anos de idade, ganhei meu primeiro radinho de pilha, e em Porto Alegre, minha cidade natal, escutava um programa poético na rádio Caiçara. Ouvia também muito a rádio Guaiba, que era a preferida de meu pai”.
A partir de 1981, ao mudar-me para Carazinho, passei a escutar a rádio Gazeta FM (emissora local, que em 1984 alterou seu nome para Tangará FM, e mais tarde, passou a chamar-se simplesmente de 100.3 FM). Escutava também a rádio Diário da Manhã FM de Passo Fundo, e a partir de 1982, passei a escutar quase que exclusivamente a rádio Planalto FM, que deixei de escutar dez anos depois pela brusca modificação em sua grade programacional. Esta emissora, que outrora executava finas páginas da MPB, jazz, música erudita e seleta música internacional, substituiu esse formato à posteriori por música regional do Rio Grande do Sul.

Hugo discorda da moderna tendência da maioria das emissoras, que abandonam a qualidade em benefício de um repertório de péssimo nível, capitaneado pelas grandes redes de TV, e apresentados em programas como: Xuxa, Faustão, Gugu, etc..

“As grandes redes de TV descobriram que partir para a baixaria dá audiência. Isso gerou um circulo vicioso interminável, onde o lixo tornou-se campeão em consumo, a preferência nacional. As pessoas perderam totalmente a noção do belo, do artístico”.

Hugo também considera muito triste a pouca memória das emissoras de rádio:

“Existem hoje pouquíssimas emissoras que saem do lugar-comum, e realmente apresentam programas de flash-back pesquisados, aprofundados. A maioria das emissoras roda quando muito uma meia dúzia de artistas, esquecendo-se de centenas de bons nomes que acabam se perdendo no abismo do tempo. O pior é que os ouvintes de hoje – locutores e programadores de amanhã – vitimados por esse legado musical irrelevante, terão no futuro como “formação musical”, bundinhas, umbiguinhos, cintura da moleca, etc...”

Voltando para a biografia de Hugo. 1987 é um ano marcante para o futuro speaker. Por essa época, ele começa a intensificar a aquisição de discos para a sua coleção, e começa a fazer visitas às emissoras locais, onde conhece João Savoff, radialista desde 1979 na rádio Carazinho AM, tornando-se amigo deste personagem do rádio local. Em 1988, Hugo fala pela primeira vez ao microfone de uma emissora de rádio. Tinha então apenas 14 anos.

“Naquela época houve um concurso municipal de redações de conotação ecológica, então, representei minha escola (Rufino Leal), elaborando um texto denominado “A Natureza Clama por Ajuda”. Parece-me que a redação agradou, pois foi escolhida, à guisa de premiação, para ser publicada no jornal Diário da Manhã de Carazinho, saindo na edição de quarta-feira, 21 de setembro de 1988, na página 06 do periódico. Também fazia parte da premiação, o aluno ir até a rádio Gazeta AM, no programa “De Mulher Para Mulher”, apresentá-la oralmente.
Não obstante o nervosismo, acho que deu para “quebrar o galho”. Conheci Thaíse Albuquerque, diretora da emissora, passando a partir daí a fazer periódicas visitas à estação. A oportunidade veio em 1990, quando aos 16 anos, fui contratado como locutor da rádio Tangará FM (também dirigida por Thaíse), sendo meu primeiro programa, o “Good Times FM”.

CRONOLOGIA:

1990 – Inicia sua trajetória no rádio, como produtor e apresentador do programa Good Times FM (flash-back), na Tangará FM de Carazinho RS.
Conhece na escola dois grandes amigos: O Mestre em Karatê Marcelo Cornélio, e Marcos Custódio (futuro DJ).

1991 – Passa a apresentar também o programa Disque Sucessos, com recadinhos e participação do ouvinte. Conhece o amigo e intelectual Carlo Azambuja.

1993 – Apresenta série de programas semanais de grande sucesso, entitulada “Sunday Special”, que conforme o próprio nome denota, era apresentada aos domingos. Deste programa, não podemos esquecer de nos referir a quatro episódios de fantástica aceitação popular: Especiais de Elton John, Raul Seixas, Carpenters e Elvis Presley. Este último é aceito com tamanho interesse, que acaba gerando a formação de um fã-clube do cantor, conforme testemunha o jornal local O Noticioso, edição de 16 de julho de 1993 – Página 02.

1994 – Convidado por Paulo Borges, veterano homem de rádio e diretor da rádio Cristal FM (hoje Mais Nova FM) de Soledade RS, atua na emissora como locutor e produtor cultural, onde produz e apresenta os programas Rota 99, com músicas ambientais; Especial da 99, contando a vida de grandes expoentes da música nacional e internacional, além de quadros culturais como Cristal Ecologia e Saiba Mais Ouvindo o Rádio.

1995 – Presta concurso vestibular para História, passa e cursa dois semestres. Retorna à rádio Tangará FM de Carazinho, onde apresenta o programa matinal Gira Brasil, com o melhor da MPB. Também comanda o programa Rotação, com programação pop-rock.

1996 – Inicia o curso superior na área de Comunicação Social, Bacharelado em Rádio, TV e Vídeo (Radialismo). É transferido para a rádio Gazeta AM, onde apresenta e produz o Programa da Noite, no qual resgata tudo o que é cultural. De uma originalidade fantástica, o programa traz fielmente para os nossos dias os ideais de dois dos maiores alicerces de nossa radiofonia, o Prof. Edgard Roquette Pinto e Henrique Foréis Domingues (Almirante), ou seja, os ideais do rádio como elemento cultural, e não apenas de lazer. No programa, o ouvinte acompanha muita MPB selecionada, boa música internacional, entrevistas com grandes nomes da música Ex. Tito Madi, João Bosco, Belchior, Marlene, Emilinha Borba, Jorge Goulart, Bob Nelson, Francisco Carlos, Carolina Cardoso de Menezes, etc., documentários sobre eventos históricos e pré-históricos, literários, científicos e até mesmo radionovelas produzidas com o empenho de um “cast” artístico, formado por Priscila Elena Zart, Marilize Alt, Fabrício Soveral (hoje repórter de TV), Daiane Pinheiro e o futuro Professor de letras, Carlo Azambuja, entre outros. Apresenta o programa É Disco que eu Gosto, cujo slogan é “O Seu Espaço para a Velha Guarda”. Essa audição conta a história dos ídolos do rádio, e do veículo, destaca antigos jingles e spots radifônicos, tudo isso ladeado por músicas gravadas entre 1901 e 1959. Segundo o próprio Hugo “K”, ele desconhece a existência de um programa tão completo sobre o período da chamada “velha guarda”, sendo produzido e apresentado por alguém tão jovem (quando começou a apresentá-lo, Hugo contava com apenas 22 anos). Realmente algo “sui generis”. Ainda neste ano, Hugo passa a atuar paralelamente na rádio Jornal Diário da Manhã de Passo Fundo (RS), pertencente a uma tradicional empresa jornalística local, criada nos anos 30 pelo jornalista Túlio Fontoura. Lá apresenta os programas Primeira Classe, de seleto repertório e Compasso Musical Brasil, com o melhor da MPB.

1997 – Hugo sai da rádio Diário da Manhã FM de Passo Fundo, permanecendo na rádio Gazeta AM de Carazinho.

1999 – Sai da rádio Gazeta AM de Carazinho. Atua semanalmente na rádio Sobrado FM de Santa Bárbara do Sul RS, em programa de música ambiental.
A convite do notório cantor e compositor da MPB, Tito Madi, viaja ao Rio de Janeiro, onde é hóspede do artista. Na oportunidade, visita o elegante “Bar do Tom”, em Copacabana, onde assiste a show de Tito com a cantora Cláudia Telles. Ainda por ocasião desta viagem, conhece pessoalmente alguns dos mais importantes artistas da “velha guarda” da MPB: Marlene, Bob Nelson, Ademilde Fonseca, Zezé Gonzaga, etc. Em Teresópolis (RJ), almoça na residência da Rainha do Baião, Carmélia Alves, outra notoriedade de nossa música popular.
Conclui o ensino superior, bacharelando-se em janeiro do ano seguinte.

2000 – Por breve período, atua na rádio Alegria FM de Carazinho, como locutor comercial. Em seguida, muda-se para Passo Fundo, e lá, a convite de Ivandro D´Ávila, experiente profissional de rádio e TV, atua como comunicador em programa da linha jovem, destacando o Música no Ponto. No fim do ano, é designado para apresentar os programas Dose Certa e Intimidades 98. Este último caracterizado por recadinhos e poemas.

2001 – O programa Dose Certa, passa a chamar-se Hi-fi 98. Já o Intimidades passa a ser denominado Diário de Amor. Este último alcança índices incríveis de audiência, alcançando no segundo semestre, picos de até 200 cartas/dia. Um índice fantástico, principalmente pelo programa ser noturno, batendo de frente com a concorrência televisiva. 
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