sexta-feira, 25 de março de 2011

O Começo


Os irmãos Richard Lynn (nascido em 15.10.1946) e Karen Anne Carpenter (nascida em 02.03.1950), cresceram em New Heaven, Connecticut. Mais tarde mudaram-se para Downey, Califórnia. Educaram-se na prestigiada Universidade do Estado da Califórnia, em Long Beach.
Foi como um grupo instrumental que fizeram suas primeiras apresentações públicas com Richard ao piano, Karen na bateria, e seu amigo Wes Jacobs no baixo. Em 1966 participaram do concurso “A Batalha das Bandas”, no Hollywood Bowl, onde os três adolescentes tocaram “Iced Tea” (Chá Gelado) (Composta por Richard Carpenter) e “The Girl From Ipanema” (A Garota de Ipanema) (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes), conquistando o primeiro lugar. Dois anos após, participaram do programa “The All American College Show”, sua primeira aparição na televisão.


Firmaram um contrato com a RCA para gravar um disco. Chegaram a gravar quatro músicas instrumentais, entretanto a RCA despediu o trio sem lançar essas canções. Por essa época, Karen começa a se interessar pelo canto tão sériamente como a bateria. A base do som que caracterizaria a futura dupla havia sido encontrada. Formaram com alguns amigos da Universidade, um grupo de seis vozes chamado “Spectrum”. O grupo chegou a apresentar-se em alguns clubes noturnos de Los Angeles e arredores, como por exemplo o “Whiskey a Gogo”. Entretanto não aparece nenhuma companhia discográfica interessada em contratá-los e acabam desfazendo o conjunto em 1968.
Dois anos antes, Karen e Richard haviam realizado uma sessão de gravação com Joe Osborn e gravado duas canções para o seu selo independente chamado “Magic Lamp”, que foram os primeiros registros vocais de Karen. Agora regressam ao estúdio de Osborn, localizado em sua garagem, e gravam três canções mais. Desta vez com suas vozes multiplicadas em coro. Com esta gravação-demo, vão de gravadora em gravadora tentando obter um contrato. E às 11h32m da manhã do dia 22 de abril de 1969, conseguem com que Herb Alpert os contrate para a gravadora A&M Records. 
Richard & Karen

Karen & Richard

Karen

Karen & Richard

1969-1970

1969

Desde os primeiros acordes, seu som se caracteriza por uma musicalidade impecável, um estilo completamente original. Lançam o primeiro disco e o primeiro compacto simples, que alcança o respeitável posto de número 54 na parada nacional. Então a gravadora resolve modificar o título do primeiro Lp, que originalmente chamava-se “Offering”, relançando-o com o título de “Ticket to Ride”. 

Por esta época a dupla e sua banda partem para uma primeira turnée: Richard no piano elétrico, Karen na bateria, Bob Messenger no baixo e flauta; Doug Strawn, no clarintete elétrico, Gary Sims na guitarra; Tony Peluso na guitarra e órgão; Danny Woodhams no baixo elétrico e, por um certo tempo, Jim Anthony na percurção. Doug, Danny e Gary (ambos ex-integrantes do “Spectrum”) também cantam como coro no cenário.


1970

Neste ano Karen e Richard iniciam um mútuo romance com sua audiência internacional. “Close To You”, uma esquecida canção de Hal David e Burt Bacharach dá aos Carpenters o seu primeiro disco de ouro. Nenhum de seus sucessos posteriores conseguem superar o que Karen e Richard sentem ao verem esta canção no primeiro lugar da parada de sucessos. 


Para aqueles que duvidavam do talento da dupla, o segundo compacto simples comprovou que o sucesso não era por casualidade. We´ve Only Just Begun também vende um milhão de cópias, ao mesmo tempo em que esta canção transforma-se num requisito quase de “rigor” dos casamentos modernos. É uma espécie de hino dos Carpenteres nesse segundo ano em contato com o público.


O êxito de seu segundo disco “Close to You” está assegurado. De resto, o Lp se converte no mais vendido de seus discos editados nos Estados Unidos. Os anos de turnées intermináveis começam, complementados por aparições na televisão com Johnny Carson, David Frost, Ed Sullivan, e no tradicional programa “American Bandstand”. O duo é homenageado por “This is Your Life”. Ao ser convidado para este programa, caracterizado por homenagear velhos e consagrados cartazes das artes, Richard exclama: Mas somos muito jovens!! 


Logo a dupla ganha seu próprio programa de televisão de verão: “Make Your Own Kind of Music”, para o qual gravam oito episódios. 


Ainda neste ano, Karen e Richard são indicados para o prêmio Grammy em cinco categorias, obtendo dois gramofones de ouro, nas categorias de artistas revelação e melhor grupo vocal. 




Karen Carpenter foto autografada

Richard & Karen

1971-1972

1971

Um ano importante para os admiradores dos irmãos, pois é fundado o fã clube da dupla. Com direção de Evelyn Wallace, Rosina Sullivan, Patty Russell, e dos pais de Richard & Karen, Agnes e Harold Carpenter, o clube se transforma na principal fonte de informação oficial para cerca de 10.000 associados em todo o mundo, que tomam conhecimento das questões mais íntimas envolvendo o duo. Papai Carpenter é o primeiro promotor do clube naqueles dias, e na carta que ele prepara com novidades, não somente fala das atividades profissionais de Richard & Karen, como também proporciona detalhes sobre seus gostos pessoais, não disponíveis de outra forma.
É assim que os fãs dos irmãos ficam sabendo do gosto de Karen por Spaguetti e salada de frutas; que Richard descansa assistindo a filmes de ficção científica; que Karen adora cavalos e animais de corrida, que gosta de cozinhar e fazer trabalhos de bordado; ou que Richard coleciona antigos discos de 78 rpm e automóveis (como a Ferrari GTB 72 da capa do disco Now & Then).
O terceiro disco, denominado apenas de “Carpenters” é lançado nesse ano e registra 1.000.000 de dólares em vendas iniciais. Se converte no segundo álbum mais vendido do ano, nos Estados Unidos, e permanece entre os primeiros dez discos mais vendidos e executados por seis meses. Os compactos simples com a música “Superstar”, “For all we know” e “Rainy Days and Mondays”, vendem mais de três milhões de exemplares. 




Conseguem mais três indicações para o prêmio Grammy, ganhando o prêmio de melhores intérpretes por este álbum. 



Em dezembro são eleitos “O Grupo Musical do Ano” pela “American Guild Veriety Artists”, prêmio que lhes é entregue durante uma transmissão especial de um show de Ed Sullivan pela CBS. Os fãs dos Carpenters brindam o Natal com a dupla, quando “Hurting Each Other”, lançado em 23 de dezembro de 1971, se transforma no seu sexto compacto simples de ouro e em sua quarta canção em primeiro lugar.


1972

As apresentações no “Greek Theater” de Los Angeles, e o circuito em hotéis de Las Vegas e Lake Tahoe, contribuem para aumentar o público dos Carpenteres. Os telespectadores podem ainda vê-los com Tom Jones em seu “London Bridge Special”, e com uma canção vencedora do Oscar daquele ano: “Bless the Beasts and Children”. 
O grupo realiza uma turnée pela Austália, Hong Kong e Japão, onde Richard & Karen aparecem em um especial visto por uma enorme audiência. Em casa, os Carpenters realizam uma série de doações para a luta contra o câncer. Karen é a presidente honorária do organismo nacional “Youth Against Cancer” (Juventude Contra o Câncer) e ela e seu irmão entregam pessoalmente os fundos arrecadados à Casa Branca.
Os compactos simples de 1972 são “It’s Going to Take Sometime” e “Goodbye to Love”. O quarto álbum chama-se “A Song For You”.




Richard foto autografada

Karen Carpenter

Karen & Richard

Karen tocando bateria

1973-1974

1973

Richard começa o ano com a perna e a mão fraturadas, resultado de um acidente de motocicleta. É lançado o compacto simples com a música “Sing”, que ganha disco de ouro. 



Cubby O’Brien une-se à banda para tocar bateria nos shows, junto à Karen. Aparece outro nome muito familiar para os seguidores dos Carpenters: John Bettis. Amigo de Richard & Karen desde o tempo da Universidade, John cantava no “Spectrum” ao mesmo tempo em que trabalhava com Richard na Disneylândia, formando um duo de piano e banjo no estilo ragtime. No tempo livre, escrevia suas primeiras canções. Agora os dois começam a compor em colaboração, e seu primeiro sucesso “Goodbye to Love”, é seguido por outros dois “Top of the World” e “Yesterday Once More”. 

 
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 Os Carpenters regressam à Casa Branca e apresentam-se para um chanceler da Alemanha Ocidental, Willy Brandt. 


Também ganham o prestigioso “Peabody Award” pelos seus meritórios serviços à radiodifusão. Na Inglaterra, uma coletânea dos seus compactos simples de maior sucesso entra nas paradas e permanece ali por dois anos completos. Nos Estados Unidos aparecem o quinto e o sexto Lp: “Now and Then” e “Singles: 1969-1973”. Ambos platina. Ambos número um.


1974

Os Carpenters têm uma incrível recepção no Japão, onde são aguardados por uma multidão de 5.000 fãs. As entradas para os seus concertos se esgotam em menos de uma hora.


Richard cumpre um velho e acalentado sonho de fazer seu “debut” como pianista cássico tocando “Warsaw Concerto”, com Arthur Fiedler e os Boston Pops. O concerto é transmitido pela televisão para todo o país, inclusive a atuação dos Carpenters e sua banda, acompanhados pela orquestra. 
O número de 4 de julho da revista “Rolling Stone” coloca Karen & Richard na capa e lhes dedica o editorial. Em novembro, a versão da dupla para um antigo sucesso das Marvellettes, “Please Mr. Postman”, se converte em número um.

 
Karen Carpenter

Richard Carpenter foto autografada

Karen Carpenter

Richard & Karen Carpenter

1975-1976

1975

Richard retorna ao Hollywood Bowl, onde tudo começara em 1966. Só que desta vez, em lugar de ser um dos participantes da “Batalha das Bandas”, é um mestre consagrado. Passaram-se nove anos desde que os Carpenters ganharam essa disputa e seis anos desde que seus primeiros discos e recitais obtiveram reconhecimento internacional. A interminável agenda de shows e gravações (que lhes permitiram somente breves férias desde 1969), trazem como conseqüência alguns problemas de saúde para Karen, que se vê forçada a cancelar a turnée dos Carpenters pela Inglaterra e Japão.
É o princípio de sua anorexia nervosa. Richard, acompanhado por John Bettis, vai a esses países para desculpar-se com seus fãs através da televisão e da imprensa. Pelo lado bom dois compactos dos Carpenters entram para as paradas de sucesso: “Only Yesterday” e “Solitaire”. Editam o álbum “Horizon”, que alguns críticos acreditam ser o melhor disco da dupla. 







1976

Os Carpenters cumprem o seu postergado compromisso no London Palladium e o evento é comemorado com a edição na Inglaterra de um disco gravado ao vivo. 



Ao voltarem para casa, gravam por fim seu primeiro especial para a televisão (o primeiro de vários). 


Seu novo disco “A Kind of Hush” ganha disco de ouro em junho. A canção-título do disco, gravada originalmente na década de 60 pelo Herman’s Hermits, emplaca entre os 20 primeiros lugares entre os compactos simples mais vendidos e executados. 


O apartamento de Karen, construído conforme suas indicações pessoais, está quase pronto. Ela começa também a colecionar grande quantidade de recordações do personagem de Disney, Mickey Mouse. Da sua parte, Richard coleciona um número crescente de automóveis clássicos, particularmente dos anos 50 e 60, que guarda em sua garagem e que lhe proporciona uma grande quantidade de prêmios que nada tem haver com a música.
Karen Carpenter

Sede da Gravadora A&M Records

Karen & Richard

Karen Carpenter

1977-1978


1977

O maior evento do ano é a reunião dos Carpenters com um côro de cinqüenta membros e da Orquestra Filarmônica de Los Angeles para aquela que provavelmente foi a maior seção de gravação ao vivo de uma canção popular da história: Karen canta um trecho da ópera “Evita”, de Weber e Rice. A gravação, amplamente coberta pela imprensa, se converte no ponto mais alto do mais variado álbum americano dos Carpenters: “Passage”.





Também gravam um segundo programa para a televisão, “Carpenters at Christmas”, com convidados especiais como Kristy McNichol e o coro da Universidade do Estado da Califórnia, em Long Beach. 



 

1978

Richard & Karen começam a colher os frutos de sua carreira em um espetáculo comemorativo aos dez anos de carreira. São relacionados em segundo lugar numa lista da revista Billboard que cita os quarenta maiores artistas da década de setenta. Seu Lp inglês “Singles 1974-1978” ganha disco de platina. Seu programa de televisão “Space Encounters”, é bem recebido pela audiência, assim como seu novo especial natalino, com convidados como Gene Kelly, Kristy e Jimmy McNichol, Georgia Engel e Peter Pitt. 




Os Carpenters também lançam um Lp de Natal, o “Christmans Portrait”, que inclui uma música composta anos antes por Richard: “Merry Christmans Darling”. O disco se converte no seu oitavo álbum ganhador de um disco de ouro.


Karen & Richard especial de Natal (1978)



Karen, Herb Alpert & Richard

1979-1981

1979

No dia 22 de abril, Karen e Richard celebram seu décimo aniversário como artistas. Os numerosos e diversos prêmios obtidos durante todo esse tempo representam a dimensão de sua popularidade. As vendas (milhões de cópias vendidas de seus compactos e Lps em todo o mundo) são outra mostra. Os Carpenters conquistaram para sempre um lugar dentro da história da música popular americana. Entretanto neste ano cancelam todas as suas atividades, inclusive um especial de televisão que iria abordar a história dos seus primeiros dez anos na indústria do disco.
Também suspendem seu novo álbum. Richard, tratando de recuperar sua saúde, tira umas longas férias e visita velhos amigos. Karen viaja a New York e trabalha com o produtor Phil Ramone em seu primeiro álbum solo. Logo decidirá não lançá-lo. 





1980-1981 


O evento do ano é o programa de TV “Music, Music, Music”. 


A dupla Richard Carpenter & John Bettis produz a canção “Because We Are In Love”, criada especialmente para as bodas de Karen. 


Karen se casa com Tom Burris em 31 de agosto de 1980, no Beverly Hills Hotel, depois de um curto namoro. 


Por fim lançam o novo (e décimo) álbum: “Made in América”. O duo realiza uma turnée promocional deste Lp pela Europa. Vão à Paris, Amsterdan, Londres e Hamburgo. Depois vão ao Brasil, onde gravam algumas entrevistas para o rádio e a televisão, e gravam alguns “clips”.



 
Começam a selecionar material para o seu próximo disco. Karen se vê devastada por seus problemas pessoais: depois de 15 meses de matrimônio, separa-se de seu esposo em 1982. Logo, viaja à New York para iniciar um tratamento psiquiátrico num esforço para recuperar-se de sua desordem alimentícia.
Casamento de Karen em 1980

Carpenters no Brasil em 1981 (Imagem gentilmente cedida por Sydney F. Júnior, Pres. do Carpenters Friends Club)

Karen Carpenter

Karen Carpenter